POLICIAL

Mães percebem medo de crianças em irem a CMEI, e polícia descobre que professora agredia alunos de 3 anos no Paraná

Um dos vídeos que integra a investigação mostra criança relatando aos pais puxões de cabelo, beliscões e outras agressões. Professora foi indiciada pelo crime de maus-tratos. Defesa nega o crime

Paraná
Violência | 24/10/2025 15h42

(Foto: Reprodução )

Uma professora de 39 anos é suspeita de agredir alunos de 3 anos de idade do Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Padre Lívio Donati de Castro, nos Campos Gerais do Paraná. Ela foi investigada e indiciada pela Polícia Civil (PC-PR) pelo crime de maus-tratos, agravado pela idade das vítimas.

O delegado Marcondes Ribeiro, responsável pelo caso, explica que o inquérito foi aberto após uma mãe registrar um boletim de ocorrência (B.O.) e apresentar uma gravação feita em casa, onde a criança - sem perceber que estava sendo filmada - contou aos pais que a professora puxava seu cabelo e também agredia os colegas de sala. 

Durante as investigações, conta ele, foram ouvidos os pais de oito crianças, todos com relatos semelhantes quanto às agressões e comportamentos da professora dentro da sala. Alguns também apresentaram vídeos de relatos dos filhos sobre as agressões sofridas.

"Inclusive, teve mãe que percebeu um comportamento estranho da criança; percebeu que a criança tinha medo de ir para a escola, que não era natural esse medo nos anos anteriores, com outros professores", explica Ribeiro.

Como o caso envolve crianças, o processo está em sigilo na Justiça e o nome da professora não foi oficialmente revelado.

A defesa da professora disse que confia na absolvição da cliente, afirmou que ela nunca praticou nenhum ato de maus-tratos e que isso será demonstrado no decorrer do processo. Esclareceu que a cliente foi afastada e ao fim dos procedimentos do município retomou a função em outra unidade, mas nesse momento está de licença do cargo. E ainda, defesa afirma que a professora está sofrendo ameaças, mas nunca agiu de maneira negligente ou agrediu um aluno.

O delegado afirma que a professora optou por ficar em silêncio durante o interrogatório.

Em nota, a prefeitura de Castro disse que concluiu um Processo Administrativo Disciplinar contra a professora, mas que as informações não podem ser divulgadas porque o procedimento tramitou em sigilo. O município afirmou, também, que aguarda o julgamento de eventual ação penal para avaliar se deve adotar alguma outra medida. 

A prefeitura também disse que a servidora chegou a ser suspensa, mas que "após cumprir o prazo determinado pela lei retornou às suas atividades". "Agora, a Prefeitura aguarda a conclusão do processo judicial para saber se novas sanções serão cabíveis e aplicáveis".

O Ministério Público do Paraná (MP-PR) afirma que o inquérito foi relatado na segunda-feira (20) e será analisado pela Promotoria de Justiça, "que tem prazo de 10 dias para o oferecimento da denúncia, já que a indiciada não está presa, ou indicar a necessidade de realização de diligências imprescindíveis à elucidação dos fatos".

O que diz a prefeitura

Veja, abaixo, a nota enviada pela prefeitura de Castro, responsável pelo CMEI onde o caso foi reportado:

"A Prefeitura de Castro informa que acompanha o caso envolvendo a professora mencionada. Como o indiciamento é uma etapa da investigação, a Prefeitura aguarda o julgamento de eventual Ação Penal, para avaliar se deve adotar qualquer outra medida punitiva em relação à servidora, para além do que o Processo Administrativo Disciplinar já determinou. O PAD foi concluído em agosto sendo que as informações não podem ser divulgadas porque o procedimento correu em sigilo. A Prefeitura reitera seu compromisso com a transparência, o respeito às leis e ao devido processo legal".

Denúncias

Denúncias sobre casos parecidos ou outras situações podem ser repassadas de forma anônima pelos telefones 197, da Polícia Civil, ou, 181, do Disque-Denúncia.

Se o crime estiver acontecendo naquele momento e/ou houver alguém em situação de perigo, a Polícia Militar deve ser acionada pelo telefone 190.

Com informações de G1 Paraná


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