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Cooperativa é condenada a pagar quase R$ 100 mil por poluir rio e deixar mais de 500 quilos de peixes mortos no Paraná

Decisão da Justiça aponta que resíduos industriais da Lar Cooperativa Agroindustrial contaminaram corpo hídrico, em Matelândia, provocando prejuízos a propriedades vizinhas

Paraná
crime ambiental | 16/08/2025 10h18

(Foto: Ministério Público do Paraná )

A Lar Cooperativa Agroindustrial foi condenada a pagar quase R$ 100 mil por lançar resíduos poluentes no corpo hídrico Linha Sabiá, em Matelândia, no oeste do Paraná.

Segundo a decisão judicial, publicada em 12 de agosto, a poluição causou a morte de peixes, prejuízos econômicos e danos à qualidade da água utilizada por propriedades rurais vizinhas.

Adenilson Pereira, agricultor vizinho à cooperativa, disse em depoimento que o rio que separa sua propriedade das instalações da empresa estava tomado por esgoto no dia do vazamento.

“Estava lá o rio tomado de esgoto... e o açude que eu tenho lá estava tomado pela água suja”, disse.

Ele relatou que a água contaminada causou a morte de aproximadamente 70 a 80 peixes, totalizando cerca de 510 quilos de peixes mortos.

A Justiça determinou o pagamento de R$ 43,9 mil por danos materiais ambientais e R$ 25 mil por danos morais coletivos, além de multa, com valores corrigidos desde julho de 2020, quando ocorreu o crime ambiental.

O montante será destinado ao Fundo Estadual do Meio Ambiente do Paraná.

Investigação do MP concluiu que cooperativa cometeu crime ambiental

Segundo o Ministério Público do Paraná (MPPR), as investigações começaram em 2020, após notificação da Polícia Militar Ambiental sobre mau cheiro na água e morte de grande quantidade de peixes no rio.

O promotor de Justiça André Luiz Querino Coelho afirmou que a cooperativa “lançou substâncias poluentes que afetaram a fauna aquática, causaram mortandade de peixes e comprometeram a qualidade da água utilizada por propriedades vizinhas”.

Durante inspeção no local, policiais ambientais verificaram que resíduos líquidos e sólidos, provenientes do processo produtivo da cooperativa, estavam sendo despejados diretamente sobre o solo, encharcando e saturando a área. O escoamento superficial levava os poluentes até o rio, situado cerca de 200 metros abaixo.

Funcionários da própria cooperativa confirmaram em inquérito que houve esvaziamento dos tanques de decantação – usados para separar resíduos sólidos de líquidos – e lançamento direto sobre a vegetação dias antes da fiscalização, mas alegaram não saber que o material teria alcançado o córrego.

Laudo técnico e tempo de recuperação

O Instituto Água e Terra (IAT) apontou que o problema ocorreu pelo uso inadequado do método de fertirrigação, técnica que combina a aplicação de fertilizantes com a água de irrigação, e não pela falta de licença ambiental.

Segundo o parecer técnico, não é possível determinar com precisão o tempo de recuperação do solo, mas a estimativa é de um mês a um mês e meio, desde que a infiltração seja interrompida.

Com informações de G1 Paraná


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