POLICIAL

Neurocirurgião de 81 anos é preso suspeito de importunar sexualmente mulher em hospital do Paraná

O inquérito policial relata que o idoso estava no hospital como cliente e não como funcionário. Na ocasião, ele acompanhava um familiar em um quarto, mesmo local onde a vítima estava

Paraná
crime | 16/04/2025 16h12

O neurocirurgião Pedro Garcia Lopes, de 81 anos, foi preso flagrante em Londrina, no norte do Paraná, suspeito de importunação sexual e crimes contra a dignidade sexual, na segunda-feira (14). A denúncia foi feita pela acompanhante de um paciente da Santa Casa de Londrina.

O inquérito policial relata que Lopes estava no hospital como cliente e não como funcionário. Na ocasião, ele acompanhava um familiar em um quarto, mesmo local onde a vítima estava.

O caso, conforme o inquérito, aconteceu no final da tarde de segunda-feira.

Lopes é suspeito de chamar a mulher até ele, puxar a blusa dela e usar as pernas para impedir que ela saísse de perto.

A vítima disse em depoimento que se aproximou por achar que o idoso precisava de ajuda.

" [...] e disse a ela 'gordinha gostosa, você é uma delícia, vou te pegar'. Momento em que ela o empurrou e saiu correndo", consta no inquérito policial.

As apurações mostraram que, apesar de estar vestindo jaleco com a especialidade bordada, o médico não estava atendendo naquele momento.

O inquérito também detalha que o filho do médico foi até o local e pediu desculpas à vítima e ao marido dela. O homem justificou a situação a eles dizendo que Lopes está em "processo inicial de demência".

A Polícia Militar (PM-PR) foi acionada até o hospital e o médico foi encaminhado à delegacia. No depoimento, o neurocirurgião optou por permanecer em silêncio.

O delegado Roberto Fernandes de Lima entendeu que houve "materialidade do delito", ou seja, foram apresentados depoimentos que comprovavam a versão da vítima. Por isso, o médico foi autuado em flagrante.

Na manhã desta terça-feira (15), após audiência de custódia, Lopes recebeu liberdade provisória, sem permissão para se aproximar ou fazer contato com a vítima.

O que dizem os envolvidos

Em nota, a defesa do neurocirurgião informou que não irá se manifestar no momento. Nos pedidos de liberdade provisória, incluiu laudos que mostram que o idoso possui "demência progressiva irreversível".

A Irmandade da Santa Casa de Londrina (Iscal) disse, também por meio de nota, que Pedro Garcia Lopes não atende nos hospitais do grupo "há mais de oito anos".

"Assim, a ISCAL não vai se manifestar a respeito da acusação contra o médico, enquanto ele, como cliente, acompanhava um familiar no hospital", diz o comunicado.

O Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR) se manifestou dizendo que a investigação está em sigilo.

"Esta notícia será alvo de investigação que pode culminar até em cassação do diploma. Eventual inimputabilidade também é avaliada dentro dos trâmites do Conselho", disse o CRM.

Até a publicação desta reportagem, Pedro Garcia Lopes possui CRM ativo para as especialidades de neurologia, neurocirurgia e eletroencefalografia.

Com informações de G1 Paraná


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