COTIDIANO
Com apenas 4 anos e QI 150, considerado raro, criança de Toledo é aceita na maior associação mundial de superdotados
O garoto está entre os 01,00% com o desempenho cognitivo mais elevado do planeta
Paraná
superdotação |
16/04/2025 13h54
Com apenas quatro anos de idade, o pequeno Thomas Cargnelutti Galina, morador de Toledo, já chama atenção pelo seu impressionante potencial intelectual. Com um Quociente de Inteligência (QI) de 150 — nível considerado raro — Thomas passou a integrar recentemente a Mensa, maior associação mundial de pessoas superdotadas. O feito coloca o garoto entre os 01,00% com desempenho cognitivo mais elevado do planeta.
Desde muito cedo, Thomas já demonstrava sinais de que possuía uma mente diferenciada. Antes de completar um ano, escreveu a sua primeira palavra utilizando letras de EVA. Segundo avaliação da psicóloga Maria Luiza da Silva, especialista em neuropsicologia, o menino apresenta um raciocínio lógico impressionante e executa tarefas complexas com facilidade e rapidez. Em testes aplicados, ele demonstrou ter uma idade mental próxima a de uma criança de oito anos. “Esse nível elevado sugere um potencial cognitivo muito acima da média para resolver problemas, aprender rapidamente e aplicar conhecimentos em contextos diversos”, descreveu a profissional em seu parecer.
Thomas é aluno do Colégio Vicentino Incomar e, apesar da superdotação, leva uma vida como a de qualquer outra criança: é sociável, adora brincar e fazer amigos, mas a sua inteligência chama a atenção especialmente nas áreas de matemática, robótica e lógica, onde demonstra maior interesse.
Seus pais, Jocelaine Cargnelutti e Vanderlei Galina, são professores da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), na área de matemática. Ao perceberem o potencial do filho, buscaram apoio para melhor compreender e ajudar o menino a lidar com as suas emoções, uma das principais dificuldades enfrentadas por crianças superdotadas. “Deus olhou com muito carinho quando nos enviou ele. Temos uma missão e ela não é pequena”, afirmou Jocelaine.
A superdotação, também conhecida como Altas Habilidades, está relacionada a uma forma de funcionamento cerebral diferente. Essas crianças, chamadas de neurodivergentes, apresentam conexões cerebrais mais rápidas e um ritmo de aprendizado acelerado, com interesses intensos desde a primeira infância. O diagnóstico pode ser feito a partir dos dois anos de idade, e quanto mais cedo a identificação ocorrer, maiores as chances de garantir um desenvolvimento saudável, especialmente no aspecto emocional.
Apesar dos avanços, o tema ainda enfrenta desafios importantes nas escolas, que muitas vezes não estão preparadas para lidar com alunos com esse perfil. “Superdotação não é sobre ter talento. É sobre ter um cérebro que aprende de forma diferente, com intensidade emocional e raciocínio acelerado. Essas crianças não precisam de mais conteúdo, precisam de um conteúdo diferente: mais criativo, desafiador e flexível”, pontuou a psicóloga.
Thomas agora integra a Mensa, uma organização internacional fundada em Oxford, no Reino Unido, em 1946, e presente no Brasil desde 2002. A Associação tem mais de 150 mil membros em 90 países e atua em três frentes principais: identificação de pessoas superdotadas, oferta de um ambiente intelectual estimulante e contribuição com pesquisas sobre inteligência.
O Paraná é o estado brasileiro com maior crescimento no número de diagnósticos de superdotação, o que aponta para uma demanda crescente por profissionais capacitados nas redes de ensino. Muitas crianças ainda passam despercebidas, sendo rotuladas por mau comportamento, quando na verdade estão apenas entediadas com um conteúdo que já dominam.
“Não criamos nenhuma expectativa sobre o Thomas. Apenas torcemos para que ele use esse dom divino para o bem”, concluiu a mãe.
Com informações de Toledo News